quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Te chamo ...Escute



Ei , você ...
O que achou que eu era ou quem tu achou que fosse pra chegar arrombando a porta , com toda banca e petulância  impondo tuas vontades em meu coração ? 
Apropriando desse corpo que não é seu. Eu não te queria . Você não tinha permissão.
Foi tomada indevida de posse .
E agora depois do alvoroço? do trinco quebrado ? das paredes rabiscadas? 
 Nem perdão você pediu . Que intruso mais ingrato . Que nas noites me tomava pelo sexo  e pela manha me alimentava de promessas , com uma musica  antiga  e um café adocicado  sobre a mesa . Numa dessas você partiu , se foi e nunca mais voltou . Pulou a janela pela madrugada , com uma  ancora e uma corda  ! Ladrão de mim.  
Será que dá pra voltar e ajeitar isso aqui ? Eu não peço o que você me tomou , apenas espero que ordene a anarquia deste espaço  , vem logo ,  preciso trabalhar ... preciso parar de chorar , preciso esquadrinhar um jeito de perder-me de tudo que ficou por aqui :  Pele,cheiro , gosto , toque , gozo , riso , brigas , mentiras , afagos  e das sua camisas gola polo listradas . 
Pra qual terceirizada ligo para solicitar a  detetização em  minhas frestas ?  São nelas que tua memoria doí mais  , nas fendas , no rastro de poeira deixado ! 
E de novo começo a historia: Era outra vez ...  Agucei  meu ouvidos pra escutar a vida me pedindo pra ficar no teu lugar ,  sincera , perene , pra sempre  . Mourinha 


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